Estamos na era da
comunicação. Nunca as pessoas se comunicaram tanto e tão rápido, através de tão diversas formas. Novas
ferramentas surgem a todo momento. É a
internet, o celular conectado, são as
redes sociais, são os diversos canais da mídia. Hoje é fácil para qualquer pessoa
manifestar-se ou trazer sua opinião a
público. É um grande progresso para a humanidade, pois há pouco tempo a voz do
povo só se fazia ouvir indiretamente.
Agora, cada qual pode falar o que quer e o que pensa, principalmente através
das redes sociais. Porém, essa evolução, causou também um retrocesso na forma
de muitos se comunicarem. A liberdade de expressão muitas vezes se confunde com
a falta de limites e o desrespeito. Em alguns casos nota-se um excesso de
exposição prejudicial à própria pessoa que se expressa. Muitas vezes problemas
pessoais são discutidos inadvertidamente nas redes sociais. Vemos brigas de
casais, desentendimentos de amigos e opiniões colocadas sem pensar nas
consequências, e sem a percepção que estão sendo lidas por milhares de pessoas.
Junto a isso, o aumento dos índices de violência e dos atos de corrupção, e a
maneira rápida como essas notícias são veiculadas, parece influenciar grande parte das pessoas,
tornando-as defensivas e mais agressivas. Está ficando mais comum do que
deveria o uso de palavrões e termos ofensivos com o intuito de expressar
opiniões em geral através das redes sociais. Essa tendência também atinge as
comunicações interpessoais, aquelas que temos em com os familiares, no
trabalho, com os amigos, nas relações amorosas, em todas as relações. Muita
gente agora fala muito mais no celular e no facebook, do que pessoalmente. E a
linguagem agressiva também invadiu os diálogos mais íntimos. Estamos vivendo
uma era de grande competição e isso torna a comunicação cada vez mais
agressiva. Isso acontece até entre casais. Hoje em dia, muitos casais não
dialogam, eles competem. O ambiente de trabalho, muitas vezes também vira uma
arena, onde a comunicação é utilizada como uma espécie de arma para se
sobressair. Porém, esse tipo de comunicação só consegue gerar mais conflitos,
externos e internos. As pessoas parecem querer expressar seu repúdio à
violência com mais violência. Dessa forma, entram na mesma vibração de agressividade
e negatividade. Existem várias formas de se dizer a mesma coisa, e a melhor e
mais inteligente delas é a comunicação não violenta. Aquela em que se dizem as
mesmas coisas, de forma mais serena, ponderada, compassiva e empática, ou seja,
colocando-se no lugar de quem está ouvindo ou lendo. A escolha da comunicação
não violenta pode evitar milhares de conflitos, desde a intimidade dos lares
até no mundo da comunicação global. Não é preciso gritar nem ferir para ser ouvido.
Basta falar com convicção e verdade. Não
precisamos perder a liberdade de expressão, apenas colocar paz em nossos
diálogos pessoais e sociais.
Márcia Palis 12/07/2014